segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia das Crianças


Comemora-se hoje no Brasil o Dia das Crianças e, para os católicos, o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Deixo abaixo uma poesia de Dora Incontri e um texto para reflexão.

Poesia sobre as crianças abandonadas nas ruas do Brasil:

Menino triste

"Que queres, menino triste?
Que me páras no farol?
Que sonho escuro que viste,
Pois teus olhos não têm Sol?

Tua madrasta é a rua,
Com seu cimento gelado,
E de noite, nem a Lua
Te dá um olhar de trocado...

Quem te largou neste mundo,
Para catares esmola?
Se roubas, és vagabundo...
Mas quem te roubou a escola?

E quem te arrancou da mão
Um brinquedo e uma esperança?
Quem te tirou, sem perdão,
O direito a ser criança?

Tua escola é a calçada,
Que frequentas todo em trapos.
Se o dia não rende nada,
Logo apanhas uns sopapos.

Menino, no olhar me imploras
Muito mais do que um favor.
Querias que tuas horas
Fossem preenchidas de amor!

Mas o que vês são os carros!
Passam depressa, sem dó.
Os sorrisos te são raros.
O Brasil te deixa só.

Minha poesia já chora;
Os meninos são milhões.
Será que o povo de agora
Perdeu os seus corações?

Vá correndo, minha Musa
Pedir ao homem tão duro,
Que das tristezas abusa,
Que reparta seu futuro!

Poderá haver perdão,
Dizei-me Vós, Senhor Deus,
Para a megera Nação
Que assim trata os filhos seus?

E a Musa conclama alto,
Com resquícios de esperança:
Brasil, não jogues no asfalto
A alma de uma criança!"

MENINO DE RUA

"Quando você passa e vê um menino de rua, pense um pouco: e se fôsse seu filho?
Quando você o olha e chama de pivete, pergunte-se se gostaria que alguém assim chamasse seu filho. Com certeza, você dirá que seu filho está bem protegido e cuidado, em sua casa. Que você não o deixa perambulando a esmo pelas ruas da vida. E tem razão.
Você é um pai consciente e amoroso. E esse garoto que passa, descuidado e sujo, não tem quem se interesse de verdade por ele.
Pense que talvez ele esteja nas ruas, porque embora com toda a violência que elas apresentam, ainda são melhores do que ele conheceu um dia por lar ou família.
Você abraça e beija seu filho todas as manhãs. Talvez esse menino não tenha recebido outros cumprimentos que palavras rudes e gestos agressivos.
Também é possível que seus pais o tenham largado à própria sorte, por ser ele muito rebelde. Ainda assim, pense que, apesar de todas as mal-criações de seu filho, as travessuras, você não o coloca para fora de casa. Antes, insiste para que ele se adapte à disciplina e às normas que você estabelece como adequadas.
Esta é a grande diferença entre esse menino malcriado da rua e seu filho: o investimento da ternura, a disciplina do amor.
À noite, antes de se recolher, você adentra o quarto de seu filho e o vai beijar. Com carinho, ajeita-lhe as cobertas, cobrindo-o, a fim de que ele não se resfrie, nas noites invernosas.
Esse outro, filho das ruas, não tem sequer uma coberta. Muito menos quem o cubra. Seu colchão é a grama dos jardins ou as pedras das calçadas. O único cobertor que recebe é do sereno que o envolve, à medida que a madrugada avança, fria e quieta.
Quando seu filho apronta nas ruas, você o chama e enquanto o fixa nos olhos, passa-lhe as lições dos reais valores, dizendo com todas as letras o que você espera dele: que se transforme em um homem de bem, responsável e cônscio de seus deveres.
Esse outro, menino desleixado e solto, ganha braços fortes de estranhos que o detém, na sua insânia. E enquanto se debate, tentando se libertar, somente ouve palavras que reprisam exatamente o que ele não gostaria de ser: vagabundo, sem-vergonha, ladrão.
Pense: o seu filho tem todas as oportunidades de se tornar um cidadão honrado, que brinde a sociedade com suas boas obras. Esse outro, possivelmente, se transformará no celerado que a sociedade abominará, e para o qual somente indicará o encarceramento, a fim de se sentir, ela própria mais segura.
Pense: se você não existisse, pai consciente e responsável, seu filho poderia estar nas ruas, em idênticas condições. Se você não investisse nele todo seu cuidado, ele poderia estar engrossando as fileiras desses que passam por você, todos os dias, enquanto você dirige para o trabalho ou anda pelas avenidas.
Poderia ser o "flanelinha" que no sinaleiro tenta limpar o pára-brisa de seu carro, em troca de algumas moedas. Poderia ser o menino sem educação, que solta palavrões quando você não lhe oferece nada, e ele espera tanto.
Poderia ser seu filho...Pense nisso e faça alguma coisa.Colabore com as instituições que se esmeram em criar lares de acolhimento para essas crianças sem lar.
Ofereça-se como voluntário para ensinar um esporte, uma atividade produtiva.
E, se você achar que não dispõe de recursos amoedados ou de tempo para colaborar, doe seu olhar de compreensão, a próxima vez que se deparar com um desses meninos, pivetes, "cheiradores" de cola, filhos de ninguém.
Deixe de olhar para ele como um inimigo. Ele é também filho de Deus e espera da vida o que todos esperam: alegria, amor, oportunidade.
Ah, se alguém o pudesse ajudar...

***
Todo ser que renasce na Terra traz o compromisso do crescimento para a Luz.
Alguns renascem como aves sem ninho, jogadas ao vento dos dias tormentosos. Certamente, tudo está no quadro das suas expiações e resgates.
Mas se Deus, às aves do céu providencia alimento, que não espera que seus filhos façam aos seus irmãos, na carne?
Pense nisso, na próxima vez que o seu olhar deparar com um garoto de rua, triste e solitário, à espera de que alguém descubra nele o espírito imortal que é, e realize ali o seu investimento de amor."
Equipe de Redação do Momento Espírita ( www.momento.com.br )

Nossa Senhora Aparecida, olhai nossas crianças e os adultos que as acompanham...

Abaixo, coloco um excerto de texto que explica a origem da devoção dos católicos no Brasil à Nossa Senhora "Aparecida'', padroeira do Brasil, e aqui, o link de um video belíssimo de Roberto Carlos ( uma música feita num momento de profunda inspiração...)

"Juntamente com o Dia das crianças, 12 de outubro é o Dia da Padroeira do Brasil, o Dia de Nossa Senhora de Aparecida.A sua história tem início em meados de 1717, quando chegou a Guaratinguetá a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, iria passar pela povoação a caminho da Vila Rica ( atual cidade de Ouro Preto ), em Minas Gerais.Desejosos de obsequiá-lo com o melhor pescado que obtivessem, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas infrutíferas, descendo o curso do rio chegaram a Porto Itaguaçu, a 12 de outubro. Já sem esperança, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Em nova tentativa apanhou a cabeça da imagem.Envolveram o achado em um lenço e, pelo acontecido, lançaram novamente as redes com tanto êxito que obtiveram copiosa pesca." ( http://www.tudolink.com/dia-de-nossa-senhora-aparecida-12-de-outubro/ )

2 comentários:

Professora Maria Lopes de Andrade disse...

Leninha, os voluntários que trabalham pela causa dos Direitos da Crainça sabem que muito falta a ser realizado. As piores violações contra às crianças ocorrem no ambiente familiar.
O Fórum de debates pelo Direito da Criança e do Adolescente tem que ser Permantente.
A Conivência é Crime.
Denuncie Secretaria Especial de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente. Disque 100.

Anônimo disse...

Em cada criança que nasce DEUS deixou uma mensagem:A ESPERANÇA!beijinhos querida LELINHA.